13.8.11

Querida Verónika. número-cinco.

Verónika, andas esquecida. Entrego-me com uma rapidez ao cansaço, esquecendo-me por vezes daquilo que me rodeia. O mundo na minha cabeça é muita mais interessante que o mundo à minha volta. Considero-me etérea, misteriosa e totalmente frágil. Mostro um grande nível de consciencialização que muitos desconhecem. Não sou materialista, entrogo-me frequentemente de corpo e alma a causas que os outros vêm como perdidas. Sou uma visionária e respondo facilmente aos pensamentos e sentimentos dos outros. O ser humano para mim é um puzzle de infinitas peças que consigo montar em cinco minutos. Consigo ver se os outros estão a passar por dificuldades detectando a dor e sofrimento nas suas vidas. Dedico muito tempo em ajudar pessoas sem pensar em nenhuma recompensa. Coloco-me nas condições mais indesejáveis para ajudar a libertar a carga de outros. Complexidade para mim não existe a não ser eu própria. Sou emocionalmente inibida e introspectiva, e possuo uma infinidade de tendências para a melancolia e à indolência. Aprecio tanto a caridade e as artes lúdicas. Espírito artístico por natureza, virada sobretudo para o olhar sensibilizado, música, pintura e outros. Dedico-me muito ao que faço e sofro de perfeccionismo. Tenho um grau tão elevado de sensibilidade dentro de mim, sou intuitiva e evasiva. Fecho os olhos aos defeitos dos que amo. Gosto de me sentir amada e dar-me bem com todo o mundo. Sonhadora, compassiva, tolerante, amável e amorosa. Por vezes deixo-me ser influênciada porque não desejo ferir ninguém. Para mim é muito difícil tomar decisões. Criativa, espiritual e mística. Aparento não ter confiança em mim própria, mas consigo alcançar muita coisa. Sinto-me humilde e bondosa todos os dias. Estou sempre a ajudar os outros com os seus problemas.
Ás vezes sou submissa e carente. Inspirada e impressionável, confusa e iludo-me facilmente. Considero a minha vida afectiva feliz porque eu gosto de fazer os outros felizes. Sinto o que outra pessoa sente facilmente, envolvo-me, sacrifico-me e perdoou. Não possuo consciência dos limites, gosto de levar a vida como a fantasia e no entanto sou bastante céptica. Sou por vezes contraditória porque a minha cabeça está constantemente a pensar em duas ou três maneiras. Preciso por vezes de um certo isolamento.
A ti, desvendo-te o que sou. Talvez porque fazes parte do meu eu.