16.7.11

Não me lembro do dia em que perdi a coerência das palavras. Da fácil junção de letras, dos vastos parágrafos sem fim. Vou à janela, fumo mais um cigarro e o vento brusco já não me trás a facilidade de criar monólogos. Perdi-me no dia em que te perdi, trai-te no dia em que dei preferência a ignorar as tuas palavras que correspondiam à verdade absoluta. Será que um dia me perdoarás e entregar-te-ás novamente por inteiro a mim? Nunca pensei que lembrar-me do teu rosto, das tuas palavras pudesse trazer-me tanta nostalgia. Jamais pensei que um dia iria sentir lágrimas no meu rosto que ninguém as via. Trazes-me todos os dias a saudade de diálogos sem fim. É patente a nossa diferença, mas jamais pensei que o meu oposto poderia fazer-me tanta falta. Fazes-me falta, merda, já te o disse? Não desisti de ti. Esqueci-me apenas de como se luta por alguém como tu.